‘Chupeta’ substitui as antigas ideologias partidárias

 

Faz tempo que as conversas políticas em Itapetinga sairam do campo ideológico e das propostas administrativas, situando-se, apenas, no campo do fisiologismo barato e degradante, do tipo “quem mamou mais?, “quem tá mamando?” e “quem vai mamar?”. É a velha ‘teoria da chupeta’, antes só discutida pelas mães recém paridas, mas que chegou, com toda força, à política local, dominando o noticiário da imprensa e as articulações nos meios políticos.

O que faz esta gente discutir, de forma aberta e desavergonhada, um assunto tão constrangedor? O que leva políticos, em pleno exercício dos seus mandatos eletivos, a tratarem deste assunto com tanta naturalidade, defendendo seus mesquinhos interesses em público, sem qualquer pudor? Venho pensando sobre isto há algum tempo e cheguei à conclusão de que a fonte inspiradora dessa gente sem vergonha e aproveitadora tem origem na ostentação e sinais externos de enriquecimento de figuras destacadas da atual administração municipal.

Quem não quer ter a boa vida daquele locutor que vivia na maior ‘perrenga’ e que hoje desfila de carrão de luxo, parecendo um coronel da pecuária? E aquele secretário magricela que pegava ‘buzú’, ralava dando aulas em escola pública do Estado e que hoje desfila de Peugeot ‘zero bala’, com os vidros ‘fumê’ levantados? Isto sem falar dos Renaut’s, Nissan’s, Vectra’s e Pajero’s, carrões incompatíveis com os salários dos seus proprietários, que andavam de Uno Mille, Gol, Corsa, Chevete, Corcel II e outras arabacas, há pouco mais de dois anos atrás.

Assim, com tanta ‘prosperidade’ saltando aos olhos dos nossos empobrecidos políticos e seus cabos eleitorais, quem vai mais se ligar em discutir ideologias, planos de governo, plataformas eleitorais e coisas desse tipo, se é muito mais ‘confortante’ meter a boca na chupeta?  

O mais intrigante, é o silêncio de certos políticos, tidos como honestos e idiológicos da oposição, que a tudo assistem e nada reclamam ou denunciam. Será que também estão de olho na chupeta?

Por DAVI FERRAZ

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