O reajuste das tarifas de água e esgoto, na forma da lei, é justo e necessário. O último aumento da tarifa de água ocorreu em 2007. De lá para cá, a folha salarial e os insumos necessários para o fornecimento de água tratada aumentaram substancialmente. O aumento da demanda por água, em virtude do crescimento da cidade, obriga o SAAE a realizar investimentos para expandir a rede.

O percentual de 21%, aprovado pela Câmara de Vereadores, entretanto, foi excessivo e extemporâneo. Se o SAAE vinha precisando reajustar as tarifas de água e esgoto, por que não efetuou os aumentos, anualmente, baseado na inflação? Foi empurrando com a barriga, até uma situação limítrofe. Um aumento neste patamar, provoca o desgaste da Câmara de Vereadores e não deixa de atingir a popularidade do Prefeito.

Alguns Vereadores, preocupados com a repercussão, apresentaram uma idéia que deveria ter sido aproveitada pelos demais edis: aumento de 13% em julho, e mais 8% em janeiro, quando houvesse a majoração do salário mínimo. Concederia o aumento pretendido pelo SAAE e não geraria fato político que provocasse protestos da população. Em Salvador, a EMBASA queria aumento de 19% pelo serviço. A imprensa repercutiu os protestos da população e os deputados tiveram o bom senso de negociar um aumento bem mais modesto e aceitável.

Alguns vereadores precisam entender que não são apêndices do poder executivo. Mesmo aqueles alinhados com o prefeito, não devem somente dizer amém. O tempo de dizer “faço tudo que o prefeito mandar” ou “voto em tudo que o prefeito mandar” já passou.

O vereador terá que visitar as pessoas, no ano que vem, pedindo para renovar o mandato – que ele vereador muitas vezes usou e abusou em usá-lo contra os interesses do povo – com que argumento? Não confundir lealdade, fidelidade, com submissão, seria um passo importante para a relação da Câmara de Vereadores, que deveria representar o povo, para com o poder executivo. Neste episódio, todos sairam perdendo.

Por JOSÉ ELIAS RIBEIRO

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