ENSAIO SOBRE ‘SEU’ ZILDO E O ‘BEM’ AFAMADO OUVIDOR AMARAL
Um dos comentários postados no site, de autoria do internauta Geraldo Santos Silva, merece destaque e retrata muito bem a opinião de boa parcela dos nossos leitores. O título é nosso. Leia e opine.
“Veja a situação desconfortável do decano Zildo Carvalho que aparece aí dando apoio ao médico Arnaldo Teixeira. Como é sabido, Zildo anda à tiracolo com Amaral Junior, apresentou-o ao seu espólio eleitoral, como sendo o seu candidato a vereador. Não me pergunte as razões dessa sua estapafúrdia escolha que eu também não sei. Deduzo.
Ocorre que, segundo me contou um fonte, existe um compromisso avençado entre os dois, que o velho e contraditório ex-brizolista, convertido em neo- amaralzista, que debuta na política, que por onde eles andarem, fica peremptoriamente proibido se falar em nomes de seus candidatos a prefeito.
Mas, pensando bem, se para Zildo Carvalho a tarefa é desconfortável, para Amaral Junior ela se afigura muito pior ainda, pois nessas suas andanças, pelo menos enquanto estiver em seu périplo pré-eletoral com o ex-quase cacique político de Itapetinga, Zildo, fica probido se falar do candidato que lhe projetou para a o mundo político, e que deu novos contornos à sua vida econômica, ou seja, José Carlos Moura, que já se prenuncia como candidato à reeleição.
Há muito, Amaral, o controverso Ouvidor do município, denunciado ao MP por manter contratos suspeitos com a prefeitura, através de empresas criadas ao arrepio da lei, deixou de ser um reles locutor de rádio, para se transformar num pequeno burguês-emergente, milagre que não precisou da ajuda de Santa Rita de Cássia – aquela das causas impossíveis, bastou uma forcinha da viúva para a sua vida ganhar novos ares. Hoje, ele pode bater no peito e vociferar: Eu fiz em 3, o que não consegui fazer em 20 anos.
Enquanto isto, Zildo Carvalho, que nos anos 80 e meados de 90, era um dos mais importantes líderes políticos de Itapetinga, responsável, ao meu sentir, na condição de vice-prefeito, pela eleição de Michel Hagge, em seu primeiro mandato, corre sério risco de ir para a vala comum dos homens públicos que não valorizam a sua própria história. Se não se redimir a tempo, estará protagonizando um capítulo que manchará de vez a sua biografia.
Amaral, se fizer na vida pública o que vem fazendo na privada (desculpem o tracadilho), não será um bom exemplo de político, pois falta a ele os valores da ética e da moralidade pública, reclamados pela sociedade aos homens e mulheres que hoje nos representam no legislativo (com as raras, e sempre raras, exceções).
Com diria um amigo que fiz em salvador nos anos 70, parafraseando um filósofo, que eu também não sei o nome – fui atacado por um surto de amnésia: “Na vida pública, acima da terra e abaixo das nuvens, existem segredos que a nossa vã filosofia não é capaz de enxergar”. É mais ou menos assim”.