CRÔNICA DE ITORORÓ
Antes de Adroaldo tomar posse em 2008, conversando com ele (ele deve lembrar muito bem disso), eu disse que uma das coisas que ele poderia fazer para funcionar a transparência no governo, era ele convocar uma espécie de “CONSELHO DOS CONTRAS” para fiscalizar o governo a partir dali. Falei com outras pessoas mais próximas também. O governo não dava nem “thum” para este mané minha égua, aqui. O tempo foi passando e comecei a notar que a minha ideia não se fazia presente, não tomava corpo, ao contrário ia caindo no esquecimento, eu fui me sentindo assim, um daqueles condecorados com a honrosa medalha dos excluídos do governo e do clube dos amigos históricos, papéis foram instantaneamente invertidos. É assim que começa um bom governo, como um apetite voraz, animalesco, tipo alguns felinos ou aracnídeos, que na falta do que comer (que não era o caso), acabam devorando até os próprios filhos.
Ao presumi, que gozaria dos louros dessa amizade histórica, épica, em sua conquista, no mínimo partilhando e fomentado ideias que fossem fazer o governo por nós preconizado durante todo o tempo de luta, desde antes da fundação do PT, em minha oficina de serigrafia em fevereiro 1990. Adroaldo chegou para o PT, cabalisticamente 13 anos depois em 8 de fevereiro de 2003. Nunca imaginei que o governo revolucionário que se instalaria em Itororó com a minha modesta e particularíssima colaboração, fosse me expelir de seu corpo, como um carnegão ou um berne. Fui sumariamente boicotado nas minhas opiniões relacionadas ao início da administração, especialmente pelo ilustríssimo amigo de mais de 30 anos e agora prefeito de Itororó que, diga-se de passagem, só se encontra onde está porque eu peitei o PT, que não o queria. (isso na eleição de 2004), Ele sabe muito bem disso, mas como é omisso, astuto, covarde e maligno, não irá nunca fazer, de público, alusão à minha participação em todo o processo, ao contrário, desqualificar o máximo que puder o soldado rebelde que partilhou durante mais de 20 anos as mesmas dores e as mesmas armas nas trincheiras opostas dos inimigos que ocupam hoje o seu governo, faz parte de seus planos para sua permanência traidora da esperança que tínhamos nele. De lá para cá, (2004, sem contar as anteriores), só eu sei a luta que travei para que ele chegasse a ocupar o cargo de prefeito na eleição seguinte, a de 2008, eleição ganha, missão cumprida, retornei para Itororó só para escrever poesia pintar e ser amigo do rei. Já no início chovia denúncias de malversação do dinheiro público que tomavam conta das ruas de Itororó. Dirigi-me ao prefeito, cheio de dedos para falar (o homem agora era o prefeito), falei. Poucos dias depois o prefeito pedia a Rosemberg Pinto o deputado, para me tirar daqui que eu iria atrapalhá-lo em sua administração. A partir dali, – Rompi de vez e começou o pobre escriba a peregrinar reforços para sobreviver para questionar os passos transparentes em malignidade desse grande governo, o que me valem, hoje, algumas ações na justiça impetradas pelo corpo advocatício do governo. São tantos os advogados que a nossa prefeitura parece mais com aqueles escritórios da avenida paulista ou de Wall Street, com especialistas saindo pelo ladrão ou pela torneira, em todas as áreas do governo, cada vez mais se parecendo menos com prefeitura. Certamente para se defender da possibilidade de ação por parte dos adversários que viessem apontar ou reagir ao excesso de irregularidades do governo. Hoje percebo que estou errado, muito errado, entendendo o porquê do prefeito considera legítimas as ações contra esse escribazinho aqui. COMO EU SOU BURRO!!! Ao invés de formar um conselho dos contras, sugerido por mim, o prefeito foi rápido no gatilho, montou logo sua equipe com todos os contras que nós vencemos nas eleições daquele ano, com isso não só aderia à minha ideia, como também fechava as porteiras da corrupção, do desmantelo, do desperdício público e outras mazelas mais… O senhor prefeito não é besta não. Saiu na frente e, o burro aqui, não entendendo nada, foi caçar briga com essa inteligência internacional. Por conta disso tudo, a vida em Itororó é maravilhosa! Bem verdade que existe um grande índice de suicídios, que estão diretamente ligados ao excesso de vida com abundancia, contracenando com o suicídio da moral, da ética, da liberdade de expressão e principalmente o suicídio coletivo dos valores cristãos, que hoje em dia, poucos professam. Mas isso é fichinha, quem ainda se importa com isso? Tudo que acontece em Itororó, se deve em parte à herança dos gestores anteriores e à incomensurável bondade do prefeito Adroaldo com suas políticas públicas de primeira qualidade. Aqui o povo não passa raiva nem fome. O tédio, (única causa mortis) é um dos nossos bens preciosos na arte de bem morrer, e que fazemos questão de preservá-lo, aqui. Tédio porque o governo do PT de Adroaldo supre com folga as oito exigências da ONU: 1) Acabou com a miséria e a fome, 2) Educação Básica de qualidade para todos, 3) Igualdade entre sexos e valorização da mulher, 4) Melhorou a saúde das gestantes, 5) Combateu a AIDS como ninguém e erradicou todos os focos de doenças. Aqui se o cidadão espirrar, o SAMU, está em cima “do cabra”. Saúde, meu irmãozinho! Médico particular aqui morre de fome. 6) Não temos mortalidade infantil, 7) Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente é dez. 8) Todos trabalham em prol do desenvolvimento da cidade. Portanto, pelas minhas críticas ao governo maravilhoso do prefeito Adroaldo. Rendo – me a esse governo perfeito e justo, junto, rendo minhas desculpas sortidas de homenagens a esta cidade modelo de gestão. O problema mesmo aqui, é o tédio de se ter tantas coisas boas, mas o prefeito já detectou o problema e logo vai resolver, piorando algumas ações para melhorar ainda mais a vida de quem não precisa. Principalmente, a vida dos contras de quem esse governo desgovernado no seu “modus operandi” está fazendo barba e cabelo, diante dos cofres do salão do tesouro público municipal. Ah, se arrependimento matasse…
Por MILTON MARINHO