IGUAÍ: FUNCIONÁRIOS CHORAM COM O FECHAMENTO DO GALPÃO DA AZALÉIA
IGUAÍ: Hoje a empresa calçadista Vulcabrás/Azaleía fechou seis filiais na região, totalizando mais de 10% dos funcionários em todo estado. Muitos deixaram as filiais chorando pela falta de perspectiva de emprego no curto prazo.
Em Iguaí-BA, a 497 km de Salvador, os funcionários da Azaléia foram surpreendidos com notícia de demissão ou transferência para matriz, em Itapetinga, com transporte pago pela empresa. Porém, mesmo com a opção de transferência para Itapetinga, muitos choram compulsivamente.
“Não posso ficar indo de Iguaí para Itapetinga são quatro horas de viagem. Duas para ir, duas para voltar e mais oito horas de trabalho! Como vou cuidar das minhas filhas com uma jornada de 12 horas dedicadas somente ao serviço?” – desabafou Fernanda, ex-operária calçadista.
O principal medo de quem tem inclinação em aceitar a transferência para Itapetinga é de acontecer o mesmo que ocorreu no Rio Grande do Sul. A empresa alegou que as fabricas fechadas no RS eram a de menor produção e maior custo, por isso foram escolhidas para o fechamento.
Um outro medo dos trabalhadores daquela empresa seria que com a transferência para Itapetinga os funcionários poderiam perder direitos ao Azaléia pedir falência. “Meu marido não vai pra Itapetinga. Ele acha que lá vai fechar também e se lá decretar falência não vai pagar ninguém” – disse Maria Cardoso esposa de ex-funcionário da Vulcabrás.
Em clima de decepção, frustação e desgosto ouvia-se muitas reclamações dos governos federal, estadual e municipal. “Meu sentimento é desolação e decepção com o governo municipal de Iguaí e estadual. Minha vida está aqui como as dos meus colegas e ninguém faz nada!”, afirmou Carlos Silva, que trabalhava a empresa há mais de 3 anos, é casado e tem dois filhos.
Em comunicado para imprensa a decisão foi tomada baseada em estudo econômico para a redução de custos com consequência na elevação da concorrência interna, especialmente com os produtos importados.