:: 22/mar/2012 . 18:36

ITAPETINGA: Muito tem-se discutido se a Bernardo Vidal & Associados recuperou ou não os supostos créditos previdenciários a que o município teria direito. Um documento da Receita Federal, entretanto, põe por terra todos os falsos argumentos do prefeito Zé Carlos, sua assessoria e também da Bernardo Vidal, que montou uma verdadeira encenação na Câmara Municipal, nesta terça-feira, para tentar convencer  a própria equipe do prefeito, de que a malfadada operação foi ‘legal’.

O documento da Receita Federal, que encaminha respostas às indagações da Procuradoria da República em Vitória da Conquista, é contundente e fala até em  ‘compensações indevidas nas GFIP’s’ (leia-se fraude, sonegação…), no valor de R$ 3.354.222,79, como forma de  fraudar a Previdência Social. Em decorrência disto é que as multas de mais de R$ 9 milhões foram imputadas ao município.

Leiam o documento e tirem as suas conclusões:

Ofício encaminhado pela Receita Federal à Procuradoria da República, informando que o município de Itapetinga não tem créditos a serem recuperados junto à Previdência Social. CLIQUE NA FOTO PARA AMPLIAR

O prefeito de Jitaúna, Edísio Cerqueira Alves (PMDB), foi condenado em primeira instância por improbidade administrativa e terá que ressarcir aos cofres públicos mais de R$ 300 mil com juros aplicáveis desde 2009. O gestor também teve decretada a perda de seus direitos políticos por oito anos. A decisão expedida pela juíza Juliana de Castro é resultante de uma ação proposta pelo Ministério Público depois de denúncias feitas pelos vereadores oposicionistas Neres Costa dos Santos, Édson Silva e Marileide Santana da Costa. Um laboratório que prestava serviços à população do município era de propriedade de Juciane de Jesus, que trabalhava como empregada do prefeito. Além disso, a clínica funciona em um imóvel do gestor, venceu uma licitação da qual não se conhecem os outros concorrentes e seus três funcionários têm os salários pagos pela prefeitura. Edísio ainda pode recorrer da decisão. Informações do jornal A Tarde.

MACARANI: A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN) divulgou o índice FIRJAN de gestão fiscal de todos os municípios brasileiros. O índice analisa a gestão fiscal e aplica uma média nacional de desenvolvimento para as cidades. Macarani que foi avaliada como classe “C” em 2008, ficando em 4357º no ranking nacional e 211º no estadual, com pontuação de 0.4044 no índice de avaliação de gestão fiscal, evoluiu para classe “B” (indicador de boa gestão) em 2009, obtendo a invejável 14º posição no panorama estadual e a nível nacional a cidade alcançou uma posição de alto desenvolvimento, ocupando o posto de 226º município de maior investimento entre os 5.564 brasileiros.

O município de Macarani ficou acima da média com pontuação de 0,5309, ficando à frente  de municípios como Itapetinga, Maiquinique, Itarantim, Potiraguá, Caatiba e Itambé.

O prefeito Carlinhos comemorou os números de sua gestão e destacou que o município saiu de um caos administrativo para uma gestão que cresceu acima da média nacional, motivo de orgulho para os macaranienses.

“Os números da FIRJAN só ratificam a qualidade da nossa administração. Macarani deu um salto qualitativo em seu desenvolvimento por força de ações de impacto que implementamos para tirar o município do caos deixado pelo ex-gestor. O volume de investimentos, conveniados ou não e a boa aplicação dos recursos públicos em setores primordiais como saúde, educação e desenvolvimento social, traduziram em números tão bons para nossa cidade”. Ressaltou o prefeito Carlinhos.

Ascom Jota Santos

Quando eu vi aqueles meninos da Bernardo Vidal tentando convencer a platéia Zé Carlista de que as ‘transações’ dos seus patrões e dos ‘articulinos’ da prefeitura foram legais, me veio na memória um fato que ocorreu comigo, em 1979, quando ainda era estudante de Direito na Universidade Católica, em Salvador.

Véspera das eleições estaduais (somente para deputado federal e estadual), fui passar um final de semana na histórica Santo Amaro da Purificação, na casa do amigo Genebaldo Correia (aquele mesmo), que se candidatara a deputado estadual pela primeira vez. Ansioso para ‘inaugurar’ a minha carteirinha de estagiário da OAB, atendi ao pedido do amigo candidato para ir até a vizinha cidade de Amélia Rodrigues e tentar ‘soltar’ da cadeia um rapaz que havia sido preso ‘injustamente’, segundo relato da sua mãe.

Lá chegando, deparei com um delegado furioso, que se negava em libertar o rapaz, alegando que este se tratava de um “ladrão perigoso” e que não seria solto nem que Jesus lhe pedisse. Entretanto, ao analisar os motivos da prisão, verifiquei que o ‘ladrão’ era réu primário, tinha residência fixa e bons antecedentes, e que havia praticado apenas o furto de um passarinho, coisa sem maior importância, achei.

Só que eu não sabia de um pequeno detalhe, que complicou toda a história: o passarinho furtado pelo rapaz era o ‘Curió’ de estimação do próprio delegado. Durante o relato do nobre representante da lei sobre as habilidades do Curió, senti até vontade de chorar. Para piorar, o rapaz havia vendido o Curió para um caminhoneiro da Rio Bahia que, àquela altura, já deveria estar pra lá de São Paulo. Fiquei estarrecido, na maior ‘saia justa’ da minha vida e jurei para mim mesmo que jamais atuaria na área criminal, quando me tornasse advogado, e assim o fiz. Com muito jeito e apelando para o prestígio do meu amigo deputado, convenci o delegado a soltar o ‘meliante’ e saí correndo dali, como se fosse eu o ‘criminoso’. Na viagem de volta a Santo Amaro, senti vontade de matar o sujeito, confesso.

Não posso afirmar que os meninos da Vidal tenham passado por um ‘aperto’ como este, no momento em que tentavam defender o indefensável, diante de uma platéia incrédula e desconfiada, mas tenho certeza que eles contavam os minutos para ‘se mandarem’ dali, correndo e sem olhar para traz.

Entretanto, de uma coisa eu não tenho dúvida: se continuarem no ramo, os ‘clones’ da Bernardo Vidal vão bem longe…

Por DAVI FERRAZ

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