ONDA DE PROTESTOS AGUARDA WAGNER EM CACHOEIRA
A Tarde
A ameaça de vaias e desgaste político que sofreriam com as manifestações de professores grevistas da rede pública nesta segunda-feira, 25, quando a sede do governo será transferida para o município de Cachoeira, afugentou os candidatos governistas à Prefeitura de Salvador, Nelson Pelegrino (PT) e Alice Portugal (PCdoB) do ritual anual.
Já o governador Jaques Wagner (PT) e todos os secretários de governo, incluindo Osvaldo Barreto, da Educação, que participam das solenidades que iniciam às 8h30 e finalizam por volta das 15h, deverão ser os alvos dos protestos. O evento em Cachoeira funcionará como um preâmbulo do que pode ocorrer no 2 de julho. Embora o dirigente da APLB-Sindicato, Rui Oliveira, afirme que não há nenhuma articulação para manifestação em Cachoeira, com lideranças da categoria grevista no interior e que preferiram o anonimato, que professores de cidades do Recôncavo baiano se farão presentes no 25 de junho com faixas e cartazes para cobrar do governo o reajuste de 22% a todos os docentes e a abertura das contas do Fundeb.
“Todo o comando de greve estará aqui (em Salvador) na segunda, temos reunião, inclusive. O que tem acontecido é que onde o governador chega, no interior do Estado, tem problema. Mas é coisa organizada por quem mora nesses locais”, disse Rui, isentando de responsabilidade a APLB e completando que não há filial do sindicato em Cachoeira.
Complicado
O deputado Nelson Pelegrino disse que participará de reunião em São Paulo, do diretório nacional do PT, que congrega os candidatos de capitais brasileiras na segunda-feira, evento que ele considera “importante”. Já a deputada Alice Portugal (PCdoB), que nunca faltou ao rito que se repete há cinco anos, afirmou que está complicado o deslocamento e deve ficar em Salvador” para o processo de fechamento de chapa”. “Minha vontade é ir, porque não perco um ano, mas está complicado”, disse Portugal.
Até o senador Walter Pinheiro (PT), que também participa sempre do evento, disse que não poderá ir em razão de votação no Senado. Diferente da senadora Lídice da Mata (PSB), que não pode deixar de ir: além de autora do projeto-de-lei que transfere a sede do governo anualmente para Cachoeira em 25 de junho, é natural da cidade. Outras presenças certas são a do vice-governador, Otto Alencar (PSD) e a do presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Nilo (PDT), e alguns deputados. Já no 2 de julho, uma semana depois, dificilmente os candidatos à prefeitura deixarão de participar. todos terão de dar as caras. E as manifestações não devem se resumir à dos professores da rede estadual.