Coló do Quiosque, o matador de Jussiape

 

Da coluna Tempo Presente (A Tarde)

Nos últimos quatro anos a pequena Jussiape, pacata cidade da região de Livramento de Brumado, no sudoeste, virou palco de episódios dignos do enredo de uma novela trágica. A história começa em 2008, quando o município elegeu Vagner Neves Freitas (PTB), que acabava de cumprir oito anos de prisão no Carandiru, em São Paulo, acusado de um rosário de crimes, inclusive sequestro.

O astral do Carandiru se instalou. Distribuindo favores, se elegeu e logo confessou:

– Me elegi e me arrependi. O povo só vota a troco de alguma coisa.

No mandato, em 2009, foi preso e algemado em Brumado, quando xingava num carro de som o então vice-governador Edmundo Pereira, durante uma solenidade em que o governador Jaques Wagner anunciava recuperação da estrada Brumado – Conquista.

Em 2009, a Câmara discutia segurança, ele arrombou a janela, subiu e gritou:

– A polícia tem que vir para cá. Ou vem ou eu mesmo vou botar faixas na cidade chamando os ladrões para roubar aqui!

E emendou: ‘Vereador só vota por dinheiro! A mamadeira quebrou!’.

A Câmara instaurou um processo contra Vagner por falta de decoro e acabou cassando-o. O vice, Procópio Alencar, assumiu num clima de tensão e medo. Foi ameaçado de morte, sumiu da cidade um bom tempo.

Procópio não escondia o medo e tomava cuidado. Este ano, ele derrotou Vânia Novais (PMDB), mulher de Vagner (que está inelegível).  Sábado foi assassinado.

Embora não haja indícios do envolvimento de Vagner, o assassino, Coló do Quiosque, era aliado dele. O astral do Carandiru, a sinergia, com a chacina, se configurou em Jussiape.

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