ITAPETINGA GANHA FESTIVAL DE LITERATURA IDEALIZADO POR ESTUDANTE DO COLÉGIO AGRO INDUSTRIAL
Funceb Itinerante 2013
Ele tem 16 anos, estuda no Colégio Agro Industrial de Itapetinga e teve uma ideia: realizar um festival de literatura que resultasse na publicação de um livro com artistas de sua cidade. “Itapetinga é um celeiro de poetas, mas a literatura não tinha muito suporte”, explica o jovem Brenddo Washington, que escreve poemas, contos e cordéis. E, assim, ele apresentou seu propósito à professora e poeta Júlia Lícia, sugerindo que ela inscrevesse o projeto no Calendário das Artes e ajudasse a tornar este sonho realidade. “Brenddo mora na zona rural de Itapetinga, escreve muito bem e é apaixonado por literatura. Ele tinha participado de uma palestra em que falaram sobre o Calendário, então me procurou, contou a ideia e pediu que eu fosse proponente do projeto. Logo em seguida, começamos a produzir o material”, conta Júlia.
Deu certo. A proposta foi uma das 43 selecionadas da 2ª Chamada do edital em 2012 e o I Festival de Artes Literárias de Itapetinga aconteceu em dezembro passado na Fundação Associação Cultural Itapetinguense, com oficinas artísticas, bate-papo entre autores e a comunidade, palestras, saraus, chá literário, exposições, shows musicais e um concurso literário, cujos três vencedores receberam uma coleção de livros da literatura brasileira e medalha. Além de tudo isso, o evento contou com o lançamento do livro Olhos d’Água e Sabão, uma antologia que reúne poesias de 17 escritores de Itapetinga – entre eles, o próprio Brenddo –, publicação que também foi concretizada como parte das ações do projeto, numa tiragem de 1.000 exemplares, distribuída em bibliotecas e escolas de cidades da região.
“Além de darmos oportunidade para escritores que nunca participaram de um evento deste porte, tivemos muitas pessoas que voltaram a escrever a partir do que foi desenvolvido e apresentado em Itapetinga. O papel deste edital é muito importante, pois sem ele não teríamos conseguido realizar isso”, destaca Júlia, que acrescenta: “A nossa maior dificuldade era mobilizar a participação das pessoas, então, investimos bastante na divulgação e conseguimos com que elas viessem e aproveitassem bastante o Festival, mas ainda precisamos oferecer mais eventos destes na região. Até hoje me procuram para saber quando será realizada uma nova edição e como lançar um livro. Todo mundo que participou elogiou muito”.
Inventivo e confiante, Brenddo já procurou Júlia novamente com uma nova ideia voltada para a sua comunidade. “Queremos realizar a segunda edição do festival, que será mais amplo e fará um elo com as outras artes, afinal a literatura não é estática. O objetivo é também promover um contato maior com a população”, conta Brenddo.