O contrato

O contrato bilionário foi feito na gestão de Gabrielli, atual secretário de Jaques Wagner

A Petrobras fechou, em 2010, um contrato superfaturado de US$ 825,6 milhões (cerca de 2 bilhões de reais) com a construtora Odebrecht, para serviços na área de segurança e meio ambiente em dez países, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. O acerto incluiu pagamento, na Argentina, de R$ 7,2 milhões pelo aluguel de três máquinas de fotocópias; R$ 3,2 milhões pelo aluguel de um terreno próprio e salário mensal de pedreiro de R$ 22 mil nos Estados Unidos, de acordo com documentos sigilosos da companhia obtidos pela publicação.

Ainda em vigor, o contrato, chamado de PAC SMS, foi fechado pela área Internacional durante a gestão de José Sergio Gabrielli, atual secretário de Planejamento do governo baiano. O acerto foi reduzido quase à metade este ano, na administração de Graça Foster. Grande parte dos 8.800 itens apresentavam indícios de irregularidades.

O corte interno já realizado, de pelo menos US$ 344 milhões, aconteceu após o crivo de uma auditoria interna da estatal brasileira, que considerou a contratação equivocada e recomendou sua revisão. Mesmo com as alterações, fontes relataram que foram malversadas centenas de milhões de dólares nos 2 anos e meio de vigência do acordo inicial para ativos na Argentina, Estados Unidos, Paraguai, Uruguai, Chile, Colômbia, Bolívia, Equador e Japão, além de Brasil.

“Muito dinheiro já tinha sido gasto quando houve o corte, esse foi o problema”, disse uma fonte da Petrobras, que pediu para não ter a identidade revelada. A empresa preferiu não comentar o assunto, assim como Gabrielli. Em nota, a Odebrecht “nega veementemente qualquer irregularidade nos contratos firmados com a Petrobrás” e alega que os acertos foram conquistados legitimamente, por meio de concorrências públicas.

O Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPF-RJ) instaurou procedimento investigatório criminal em junho deste ano para apurar infrações em contratos da petrolífera brasileira no exterior, que inclui o acordo com a construtora baiana.

Estadão

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