A LITURGIA DO CARGO PÚBLICO
O termo “liturgia do cargo” foi cunhado para expressar o comportamento que se espera de ocupantes de altos postos, em especial na função pública, e assim como a ética, deveria ser um conceito natural, facilmente perceptível e de entendimento tranqüilo por quem recebe a missão de representar ou conduzir seus pares, os demais cidadãos. Acima de qualquer coisa, é a consciência do significado de se ocupar uma posição de destaque, de representatividade, de mando, de responsabilidade.
Mas assim como não tem a noção do conceito de ética, alguns desses afortunados detentores de posições relevantes na estrutura estatal, também são levados a ter uma visão toda particular do que seja a tal “liturgia do cargo”. Passam a entender esse conceito como as condições materiais que lhes são alcançadas pelo contribuinte (quem paga a conta, ou seja, nós) e colocadas à disposição para “fazerem bonito”.
No caso de Itapetinga, em particular, o termo “liturgia” é totalmente desconhecido por quem governa, e os recursos públicos são indevidamente utilizados, para se “fazer feio”, com desperdícios, exageros e comportamentos éticos incompatíveis com a posição de quem governa.
Pelo menos, foi o que se viu na festa da lagoa, neste fim de semana, onde o chefe do executivo e sua trupe de aproveitadores se exibiram, totalmente embriagados, da forma mais baixa e antiética, para as câmeras atentas dos blogs. Uma vergonha indescritível! Este, infelizmente, é o modo de se portar de quem não respeita a postura e a conduta minimamente exigível no convívio em sociedade. É a falta de classe.
Saíram do local, vaiados pelo público. Aguardemos a próxima surpresa desagradável.
Por Davi Ferraz