Liviane foi excluída mediante falsa ‘denúncia anônima’ e resolveu denunciar todo o esquema fraudulento de distribuição de imóveis do Minha Casa em Itapetinga. Foto César Soares

ITAPETINGA: Mais uma grave denúncia sobre favorecimento ilícito e exclusão de beneficiários da lista oficial da Caixa, para entrega dos imóveis do programa Minha Casa, Minha Vida, foi feita nesta quinta-feira por Liviane de Jesus Souza, mãe de três filhos, que acusa a secretária de Desenvolvimento Social, Verônica Rodrigues, de ter excluído seu nome da lista, sem motivo justo, supostamente para beneficiar pessoa ligada à administração.

Segundo Liviane, o seu nome constava na lista oficial emitida pela Caixa, mas foi excluído em função de uma suposta denúncia anônima, informando que ela já possuía outro imóvel no município, o que não é verídico, pois já havia entregue na secretaria municipal de à Caixa, a necessária Certidão Negativa de Propriedade, emitida pelo Registro de Imóveis da Comarca. Liviane, na verdade, mora de favor em casa de parentes e estava plenamente habilitada a receber o imóvel no Residencial José Ivo, conhecido por ‘Carandiru’.

Certidão Negativa de Propriedade emitida pelo Registro de Imóveis foi desconsiderada pela secretária Verônica, que preferiu acreditar em suposta denúncia anônima. Incompetência ou fraude?

O caso de Liviane não é o primeiro, nem vai ser o último, no esquema de favorecimento ilícito montado pelo prefeito Zé Carlos, cuja mentora e executora é a própria primeira dama do município, que entrega os imóveis do Minha Casa a quem ela bem quer, desde a primeira edição do programa no município, quando foram distribuídas centenas de casas do ‘Brogodó’ e ‘Piabão’, a vereadores ligados ao prefeito, secretários municipais e assessores, que fizeram a festa, distribuindo casas para parentes, amigos e cabos eleitorais.

O Residencial José Ivo, inaugurado precariamente no final de junho, já recebeu dos seus futuros moradores o apelido de “Carandiru’, pela semelhança dos seus enormes pavilhões com o extinto presídio paulista.

Por Davi Ferraz