Foto Sudoeste Hoje

Embora os dirigentes do SAAE ainda exitem em divulgar, Itapetinga poderá passar por um racionamento de água a partir do início de janeiro, caso as chuvas não caiam na região, principalmente nas cabeceiras do rio Catolé e do seu principal afluente, o Catolézinho, cujas vasões diminuíram drasticamente, com a estiagem que já dura mais de 4 meses.

O rio Catolé é perene e não há nenhum relato de que tenha diminuído tanto a sua vasão, ao longo da história do município. Entretanto, depois que a Embasa de Vitória da Conquista começou a captar água próximo à sua nascente, em Barra do Choça, o volume de água do rio vem diminuindo acentuadamente e já está afetando Itapetinga. Hoje o Catolé abastece 40% da população de Conquista e outras cidades.

Apesar disto, as autoridades não vêm tratando o assunto com a devida seriedade, sem perceberem que a situação poderá se agravar ainda mais, caso vingue a construção da barragem do Catolé, em Barra do Choça, pelo Governo do Estado. A barragem ainda não saiu do papel, mas será construída, inevitavelmente, para resolver parte do problema de abastecimento de Vitória da Conquista, maior centro urbano da região.

Neste contexto, Itapetinga fica em segundo plano e pode sofrer as consequências, por não contar com representantes políticos de peso, que lutem para barrar essa aventura inconsequente da Embasa e do governo. Se antes podíamos contar com as água do Rio Pardo, em última instância, hoje nem isto poderemos ter, já que o maior rio da região também está secando.

O SAAE não é responsável pela seca na região, mas os seus dirigentes pecam em não levarem o problema à população, esperando por um milagre de São Pedro, ás vésperas do Natal. É preciso assumir o problema e fazer uma campanha séria de esclarecimento, para economizar água, antes que as torneiras sequem de vez.

É uma questão vital, que precisa ser enfrentada com transparência, seriedade e competência.

Por Davi Ferraz