De todas as pastas que compõem a administração municipal, a mais complexa é a Secretaria de Saúde. Por esta razão, encontrar um bom nome para gerir a pasta e formar uma equipe eficiente, não é tarefa fácil.

Tradicionalmente a pasta vem sendo gerida por profissionais da área médica, alguns sem a necessária capacitação técnica, outros ‘sem tempo’ para se dedicar à função. Falta gente com formação específica na área de saúde pública e as ações da secretaria acontecem de forma atabalhoada e, em muitas das vezes, comprometedora, onde certos ‘esquemas’ prosperam, em detrimento das reais necessidades da população.

Nas diversas unidades de saúde do município, predominam a mediocridade, o clientelismo e a nociva prática do empreguismo, para atender demandas meramente políticas, sem falar da impunidade sistemática em relação aos desvios e constantes atos de improbidade praticados por servidores. Vale sempre o QI (quem indicou).

Apesar da complexidade da pasta, medidas simples como a presença diária dos médicos em todas as unidades de saúde e a oferta permanente de medicamentos básicos nos postos, podem fazer uma enorme diferença, bastando para isto uma gestão eficaz e honesta dos recursos da secretaria, priorizando a atenção básica, como manda a lei. Começa por aí.

Privilégios para servidores, contratações de ‘consultorias’, convênios suspeitos, locações exageradas de veículos, concessões de diárias para viagens injustificadas, dentre outros conhecidos esquemas, consomem todos os recursos da saúde, enquanto falta o básico nos postos.

Outra coisa que é preciso ser extirpada, de uma vez por todas, na saúde pública, é a figura do médico apressadinho de pasta na mão, que jamais cumpre o horário e que ninguém tem topete para enfrentar.

Um bom gestor da saúde também precisa se dedicar ao seu trabalho em horário integral, até mesmo porque a função de secretário de uma pasta tão importante, não pode ser encarada como mero ‘bico’. Nunca!

Se o futuro prefeito Rodrigo Hagge quiser uma Secretaria de Saúde que funcione a contento no seu governo, tem que começar por aí. Caso não encare desta forma, repetirá o fracasso do seu antecessor e se desgastará diante da esperançosa e necessitada população.

Por Davi Ferraz