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O mundo já assistiu guerras motivadas pelo domínio do petróleo e segundo Leonardo Bolff, não estará distante o tempo de guerras pelo domínio da água potável. A humanidade depende da água para a sobrevivência de toda cadeia da vida.

Nos últimos três anos, nossa região foi castigada por longa estiagem. A falta de chuva levou os produtores ao desespero: alguns tiraram o rebanho para outras regiões, outros, simplesmente venderam, e outros, apelaram para pequenas irrigações.

A micro região de Itapetinga é pobre em quantidade de rios com vazão suficiente para sustentar irrigações. O mais volumoso Rio Pardo e Catolé, não suportaram a retirada da água, e em algum momento ao longo do seu curso, parou de correr água.

O que fazer? Como culpar os produtores que apelaram para as irrigações se eles estavam motivados em produzir algum tipo de alimento para salvar os rebanhos? O INEMA e a ANA, órgãos de fiscalização e proteção das águas em nível estadual e federal, vão permitir a retirada de água ao ponto de secar os rios e comprometer até o consumo humano?

Este é um dos graves problemas que nossas lideranças precisam resolver. Se não houver produção de alimentos para o gado, inviabiliza a produção de leite e carne, que por sua vez prejudicam nossas indústrias de processamento de leite tipo Valedourado, Cooleite, e de carne, como JBS e Sudoeste.

Por outro lado, não podemos correr o risco de interromper a vazão dos rios, pois se for cortado em algum trecho, prejudica todos aqueles que estão abaixo do ponto de interrupção e que dependem da água, seja para consumo do gado ou até mesmo consumo humano.

Perfurar poços artesianos poderia resolver o problema da água para o gado beber, mais não é possível irrigar. Acomodar, já que começou a chover na região e por algum tempo a crise arrefece, seria reconhecer que falta planejamento por parte dos fazendeiros. O ideal seria promover um debate sobre como seria possível perenizar nossos rios, inclusive os de menor vazão, como Catolézinho, São Bento, Mangerona, e procurar parcerias com órgãos governamentais para viabilizar o represamento da água.

Por José Elias Ribeiro

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