MAIS DE 300 DELEGADOS DE POLÍCIA ENTREGAM CARGOS EM PROTESTO CONTRA PEC DE RUI
Mais de 300 delegados que ocupam postos de chefia na Bahia decidiram entregar os cargos após assembleia realizada nesta terça-feira (11), em protesto contra a reforma administrativa anunciada pelo governador Rui Costa, mais especificamente a proposta de fixar os ganhos do governador como o teto salarial para todos os servidores do estado — o salário do governador é de R$ 22 mil.
O Sindicato dos Delegados de Polícia da Bahia (ADPEB) diz que, com a medida de limitar o teto salarial, os delegados terão perdas na remuneração que podem chegar a até 40%. O sindicato ainda afirma que os delegados têm dedicação exclusiva e que estão com salários congelados há quatro anos.
A entidade sidical destaca que o atendimento à população continuará sendo realizado normalmente, já que somente os cargos de chefia foram entregues.
A assembleia foi realizada em um hotel na Avenida Sete de Setembro, no bairro da Vitória. Os delegados que decidiram entregar os cargos assinaram uma carta que foi entregue ao delegado-geral da Polícia Civil da Bahia, Bernadino Brito Filho.
Ainda segundo o sindicato, decidiram entregar os cargos todos os diretores e coordenadores regionais e os titulares da capital e região metropolitana, além dos delegados de interior que atuam em substituição, ou seja, em cidades onde não possuem delegados titulares.
Uma reunião com diretores de departamento foi realizada na tarde desta terça-feira (11). Na quarta (12), haverá uma nova reunião entre governo e secretários da Segurança Pública e da Administração.
Em nota, enviada no início da tarde, o governo informou que o projeto de lei enviado à Assembleia Legislativa “não reduz salário de qualquer categoria dos servidores públicos” e que “nem tampouco representa perdas de direitos adquiridos”.
No entanto, o governo aponta que “diante de um cenário de aguda crise financeira no País, o Governo entende não ser pertinente reajuste salarial igual ao concedido aos ministros do Supremo Tribunal Federal”.
O governo ainda destacou que “os casos em que as ações estão transitadas e julgadas serão cumpridos rigorosamente respeitando a Lei”. //G1