O documento entregue ao Tribunal de Contas da União (TCU) em 2016, relacionando os presentes recebidos por Lula, foi parte de um processo que surgiu quando alguns itens da coleção pessoal dele e da ex-presidente Dilma Rousseff não puderam ser localizados. Dos 568 itens apresentados, oito foram considerados perdidos, resultando em um ressarcimento de cerca de R$ 11 mil feito pelo ex-presidente. O TCU esclarece que o relógio Piaget não estava incluído nesses itens perdidos.

Foi o próprio Lula quem mencionou o presente durante uma transmissão ao vivo semanal intitulada “Conversa com o Presidente”, em julho deste ano. Ele relatou ter recebido o relógio durante as celebrações do Ano do Brasil na França e, em algum momento, ter perdido a peça. Posteriormente, ele a encontrou em uma gaveta após uma mudança e passou a utilizá-la, inclusive durante sua campanha eleitoral de 2022.

Esse caso tem sido utilizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para contrapor a controvérsia relacionada ao relógio Rolex que recebeu da Arábia Saudita. O modelo, avaliado em R$ 360 mil e adornado com pedras preciosas, foi vendido nos Estados Unidos, mas um advogado ligado à família Bolsonaro, Frederick Wassef, o readquiriu para cumprir uma determinação do TCU que solicitava a devolução do presente.