HOSPITAL DE ITORORÓ ESTÁ NAS ÚLTIMAS…
ITORORÓ: O prefeito Adroaldo não se cansa de dizer que a saúde do município é coisa extraordinária, que tudo está às mil maravilhas, porém, ele também se gaba que dá para a saúde, mais do que os prefeitos anteriores deram. Ele dá uma esmola, se os outros nem esmola davam, isso comprova minha tese de que os três últimos projetos de governos não servem para Itororó. Realmente o necessitado hospital padece por falta dessa ajuda que, segundo ele, é ele quem dá mais e o paciente hospital tem que se dá por satisfeito e ficar quietinho, senão ele toma a esmola. E o hospital, assim procede. Essa esmola, chega através desse um vale feira e de uma enfermeira mantida por conta do governo, que compreende R$ 3.000,00 – mês. Vou tentar explicar a espiral e as manobras dessa ajuda, ou dessa esmola que o governo do prefeito Adroaldo concede ao hospital e maternidade de Itororó e como é que ela funciona na engrenagem política que leva o enfermo hospital do “vale-feira”, a ginástica que esse “vale” faz e no que ele se transforma na prática para ser um dos mais fiéis cabos-eleitorais do governo do PT local.
Eis o passo a passo:
1) O prefeito recomenda o hospital que se dirija a uma determinada venda, mercearia ou supermercado. 2) O comerciante vende a feira que é entregue lá para servir aos nossos doentes. 3)O vale fica no prego do supermercado que já acumula atrasos e mais atrasos de compras da prefeitura, mas o proprietário não pode cobrar, senão corre o risco de não receber, e aí adeus Maria Preá… 4) Para o dono do estabelecimento efetuar uma cobrança e nela obter resultado, isto é, sair de lá com um vale, um “cala-boca”, é preciso que o “cabra”, tenha feito promessa de ir de joelhos até Bom Jesus da Lapa, carregando uma pedra na cabeça. 5)Então por muito pelejar, a prefeitura dá um cheque com uma “partezinha” do dinheiro para o dono do mercado para que ele vá remando com a faca na garganta e o comerciante coitado, faz uma ginástica excomungada para não falir, e fica proibido por decreto de não falir mesmo. 6)Ele, o governo, não quer que o sujeito decrete a falência, não. Ele adora o comerciante nesse ponto, perto de falir, mas não é para falir. Vamos lá:
7) O cheque é geralmente um pré-datado, que o coitado tem de trocar com os agiotas do mercado, aí entra a faca dos juros, dos gumes afiados e dos legumes podres, reduzindo sua capacidade de comprar para renovar o estoque, até aí tá do jeito que o diabo gosta, e vai empurrando o coitado até os dias que antecedem as eleições. 8) Perto das eleições, o coitado do comerciante fica doido de pedra sem saber o que fazer, diz ele consigo: Tenho que receber, senão o outro que vai entrar não vai me pagar. Não dorme direito, a não ser à base de fortes remédios, que nem os postos de saúde, nem o falido hospital tem para fornecer. 9)Corre o infeliz para o secretário, este o enrola ao máximo, combinado com o prefeito, que quer vê-lo o mais distante possível, mas como Itororó é um ovo, depois de montar sentinela por diversos dias nas escadarias da penha, leia-se (Prefeitura), finalmente bate de testa com o centurião chefe, o digníssimo prefeito. Este por sua vez, sente logo uma terrível dor de barriga ao ver o pobre cobrador, fica logo doente, pega o telefone e liga para seu medico, liga para o “INCOR”, instituto do coração em São Paulo (centurião chefe é assim…) arremete-lhe umas pontadas no peito, que não são mais que o acúmulo de gases no sistema digestivo, flatulência (muito filé, salmão e caviar e umas irresistíveis tripas de porco frita), acompanhada de algumas palpitações anais decorrentes do excesso de especiarias e outros temperos da cozinha do palácio, reforçadas pelo estresse medonho que o sobrecarrega por ter que aguentar esse povo inquieto, sempre pedindo coisas a exemplo desse comerciante, esse gato de hotel que quanto mais come, mais mia. É o que pensa ele, desse pobre contribuinte, que tem que pagar seus impostos, para que todo mês esteja com as certidões negativas em dia para que seu distribuidor forneça as mercadorias e, ele possa ir remando até o fim, já que a maioria dos comerciantes fornecedores de matérias da prefeitura está pela hora da morte. 10) Como retirar as certidões se a o prefeito não paga? Aí, embola o meio de campo e, novamente o coitado toma o um à zero, o birro.
Na esperança de receber seu dinheirinho, depois de longos e longos dias a espera do prefeito na fila dos desesperados, finalmente, pacientemente ver descer as escadarias da Prefeitura Municipal, e o dito cujo, não podendo mais desviar-se da pobre vítima, cara a cara com o “monstro”, ele, o “Grande Irmão” entra de sola. – E é aí que o sua excelência, sem piedade, acunha no coitado sem piedade. Olha “meu irmãozinho”, eu vou lhe pagar… (Jargão que se tornou piada), quando o prefeito quer “estrangular” alguém, ele o chama carinhosamente de “meu irmãozinho”-Fica esperto. Pois é, “meu irmãozinho”, diz ele. 11)Para eu te pagar você tem que me ajudar a ganhar as eleições, senão eu não vou poder te pagar. Segura a gola da camisa do coitado e a ajeita como um alfaiate trajando o noivo para dar sua extrema unção. Olhos marejados de ódio e asco pela abordagem em público, fala como um autêntico e impiedoso jacaré trucidando sua vítima. Aperta uma das abotoaduras douradas do paletó “Lacoste”, aciona as bolsas lacrimais, goteja dos olhos a “crocodilagem” de um traidor profissional, e, sem cerimônia, afia suas esporas e crava no sistema nervoso central(o bolso) do coitado o dardo venenoso do “NÃO” como resposta e completa:
12) Você tem que continuar me atendendo, me ajudar a comprar alguns votinhos e me emprestar algum dinheiro para o dia da boca de urna que eu vou botar “pocano” meu irmãozinho. A gente ganha e começa tudo de novo, entendeu?
13) O cidadão faz tudo direitinho conforme manda o figurino. Se o prefeito não ganhar a reeleição, o cidadão morre de raiva. Se o prefeito ganhar, ele que era dono de um supermercado, por ter investido tudo que tinha na campanha do prefeito e aumentado os vales no prego ou na velha caderneta de fiados, vai agora é morrer de fome. O prefeito comparece ao seu velório, e ainda dá um selinho nos lábios do defunto.
É por essa ciranda financeira e nebulosa que passa o destino dessa cidade, é por essas e outras que o município trata a saúde de Itororó dessa forma, o hospital está morrendo a míngua porque não é uma prioridade de governo e, não é uma prioridade de governo porque não é um aparelho político dos nossos gestores, dai os poucos votos que rende tem que fazer tamanho esforço e contorcionismo para obtê-los. Ninguém sabe o que se faz com o dinheiro do povo destinado a saúde, quem souber, mata a grande charada dessa província ou desse principado, o sábio que ousar decifrar está condenado para o resto de sua vida a um asilo ou manicômio, no mínimo. Tudo é muito turvo lá dentro e cá fora um lago de breu. O prefeito gasta uma fortuna em propaganda. Rádio, jornais, blogs, carros de som, souvenir, “Rosários de Assis” viagens e prêmios internacionais para apresentar a comunidade europeia a nossa riqueza turística, concentrada no abate clandestino de animais e nas delícias rudimentares da carne-de-sol, artigos de primeiríssimo mundo. Enfim, todo tipo de propaganda que O DINHEIRO PÚBLICO PODE PAGAR para tê-lo na mídia e Itororó no topo do mundo, é válido. Saravá meu pai, saravá!!!
Dessa maneira o quase cinquentão Hospital de Itororó está morrendo à míngua, contudo, ELE TEM DE RENDER VOTOS e, este governo. o espreme até que ele dê os seus últimos suspiros.
Ele, o governo do PT dá a esmola para o hospital, alega, e só não toma de volta o que deu, por que quando ele chega para tomar a esmola é tão pouca que já acabou.
MILTON MARINHO