Por Davi Ferraz

 

ITAPETINGA: Dando sequência à série de entrevistas com os pré-candidatos a prefeito no município, o Sudoeste Hoje conversou com Miraldo Mota, que disputa a indicação do PT com o atual prefeito José Carlos Moura. Leia a entrevista de Miraldo, na íntegra:

Sudoeste Hoje – O que o senhor acha de espaços como este, propiciado pelo Sudoeste Hoje, onde o cidadão pode se expressar livremente?

Miraldo – Eu sempre defendi o espaço de manifestação livre de qualquer censura. O ser humano deve ser live,  foi criado no paraíso, é o símbolo da liberdade. O Sudoeste Hoje apresenta-se com esta característica de uma política livre de censuras.

Sudoeste Hoje – Como o senhor avalia o fato de o seu partido já ter o prefeito municipal e ao mesmo tempo apresentar a sua candidatura como alternativa ao próprio prefeito?

Miraldo – O nosso partido nasceu no final de uma ditadura militar, e ali, nos pequenos espaços de tempo e físico criava-se uma discussão política, ética e moral para se compor forma de se enfrentar a ditadura. O partido hoje também tem este mesmo artifício de enfrentar qualquer situação fechada e encaminhar uma solução para ela. Nada no PT é engessado, cria-se uma situação e se ela não for correta, corrige-se. CONTINUE LENDO…

Sudoeste Hoje – O senhor não acredita que isso seria uma incoerência do PT?

Miraldo – Não. Como falei anteriormente, faz-se uma avaliação, mas se desviou-se do caminho originário, corrige-se e dá-se uma passo qualitativo.

Sudoeste Hoje – O que lhe motiva a aceitar este desafio?

Miraldo – Minha vida foi um eterno desafio. Lutei (junto com minha mãe e pai) para chegar a Itapetinga no dia 12/01/1961. Portanto, lutei contra a mortalidade infantil já aos cinco meses de idade. E foi sempre assim, um desafio atrás do outro, e não foi diferente na política. Esse é o segundo em disputa interna, e sempre procurei ouvir o clamor do povo.

Sudoeste Hoje – Em 2004 o senhor disputou e não obteve sucesso, o que lhe faz pensar que agora poderá chegar a vitória?

Miraldo – A realidade política de Itapetinga agora é outra. O povo, o eleitor mudou. A indústria apresenta o seu resultado na produção e o gestor nos seu feitos, e quando isso não é perceptivo, como na indústria, ele quer mudar, e logo, porque ele quer resultado produtivo.

Sudoeste Hoje – O senhor não teme que o PT estadual possa puni-lo por insurgir-se contra o atual mandatário?

Miraldo – Não, porque não estou fazendo nada de errado. Isso é um processo natural dentro de um partido democrático. A punição vem quando se comete algo errado.

Sudoeste Hoje – Com quais partidos e lideranças o senhor pretende fazer coligações?

Miraldo Mota – Tenho iniciado algumas conversas com pessoas  e partidos da base, mais à esquerda, que tem  muitos anos de luta junto com o PT. Já iniciei uma conversa com Davi, e Neide já conversou com gente nossa do PV, com Jorge Pantera PSB e com Gilson de Jesus, do PCdoB. E estamos dispostos a nos entender com quem concorda com nossa forma de fazer política.

Sudoeste Hoje – A a reação de setores da base governista, como o PDT de Romildo e o ex-vereador João Monte, que afirmaram que se o prefeito Zé Carlos não for o candidato não coligam com o PT, isto não lhe intimida?

Miraldo – Não, eu aprendi a fazer uma política da cabeça, eu penso naquilo que eu tenho que fazer para beneficiar uma maioria, a população, e não a uma pessoa ou um pequeno grupo. Esse tipo de política das tripas e do fígado não tem mais valor para nossos dias.

Sudoeste Hoje – Como seria um possível governo petista sob o seu comando?

Miraldo – Um governo participativo, onde a população decide o que fazer a médio e longo prazos. Um governo transparente, onde se apresenta o resultado contábil, ou seja,  quanto entrou de dinheiro do governo federal,estadual e municipal e em que se gastou. O povo tem sede que querer saber quanto se arrecada numa prefeitura como a de Itapetinga, e em que se gasta.

Sudoeste Hoje – qual os principais projetos que seriam implementados na gestão de Miraldo Mota, caso o senhor venha a ser eleito?

Miraldo – Os projetos seriam discutidos com a população, mas a atenção para as necessidades básicas seriam retomados desde o primeiro dia de governo. Hoje o nosso comercio reclama pela queda de vendas, e a causa disto é a falta de empregos. Teriamos que ir aos geradores de empregos para oferecer a máquina pública pra facilitar a geração de empregos e buscar estes geradores junto aos órgãos do governo e às empresas privadas.

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