VITÓRIA DA CONQUISTA

“As origens de Vitória da Conquista estão ligadas ao esforço da administração colonial portuguesa no sentido de estabelecer comunicações entre a zona litorânea e o sertão. Ao contrário do que sucedera à zona do litoral norte, a faixa costeira que corre ao sul da Bahia de Todos os Santos permaneceu, até meados do século XVIII, completamente isolada do interior. Para esta situação concorriam a debilidade do movimento colonizador das duas capitanias – Ilhéus e Porto Seguro – a que se achavam vinculadas aquelas terras e, bem assim, a natureza inóspita das terras interiores, onde os indígenas defendiam seus últimos redutos.

Assim, os sertões de Conquista permaneceram insulados durante longa fase da vida colonial, até que um bandeirante, o Mestre de Campo João da Silva Guimarães, líder da Bandeira responsável pela ocupação territorial do Sertão, iniciada em 1752, obteve permissão do rei para guerrear os indígenas que, desde o rio Verruga (hoje cidade de Itambé) até as margens do Paraguaçu, resistiam às tentativas até ali realizadas para desalojá-los de suas terras.

A origem do núcleo populacional está relacionada à busca de ouro, à introdução da atividade pecuária e ao próprio interesse da metrópole portuguesa em criar um aglomerado urbano entre a região litorânea e o interior do Sertão. Portanto, integra-se à expansão do ciclo de colonização dos fins do século XVIII

Entrando em luta com os silvícolas, no lugar posteriormente chamado Batalha, o sertanista, ajudado por seu genro João Gonçalves da Costa, sentiu que o combate lhe era desfavorável; conta a tradição que, nesta contingência, o Mestre de Campo prometeu a Nossa Senhora das Vitórias levantar uma capela sob sua invocação, no mesmo lugar em que viesse a bater os aborígenes. Reanimados com a promessa, os invasores conseguiram vencer.

Retirando-se mais tarde para Minas Gerais, o chefe bandeirante deixou o governo das aldeias indígenas entregue a seu genro João Gonçalves da Costa, que, com os filhos, explorou a floresta e abriu as primeiras estradas para o litoral, ligando os sertões de Conquista a Ilhéus, Canavieiras, Belmonte, etc. Pelas estradas abertas pelo sertanista, chegavam a Ilhéus, em 1783, as primeiras cabeças de gado destinadas ao consumo da população.

O Arraial da Conquista foi fundado em 1783 pelo sertanista português João Gonçalves da Costa, nascido em Chaves em 1720, no Alto Tâmega, na região de Trás-os-Montes que com dezesseis anos de idade, veio para o Brasil a serviço de D. José I, Rei de Portugal, com a missão de conquistar as terra ao oeste da costa da Bahia.

Os anos que se seguem ainda são assinalados pela resistência esporádica dos nativos, até que, em 1806, é feita a paz, localizando-se os indígenas em sete aldeias, ao norte do rio Patite (Pardo).

O Município surgiu a 19 de maio de 1840, tornando-se conhecido como centro pecuário.

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