Cristina Kirchner, presidente da Argentina

 

O governo argentino tomou uma medida populista e característica dos anos 80: obrigou os supermercados a congelar os preços pelos próximos 60 dias. A intervenção é mais um dos artificialismos econômicos criados pela presidente Cristina Kirchner. Nos últimos dias, o Fundo Monetário Internacional (FMI) criticou a manipulação dos dados oficiais do país, como o Produto Interno Bruto (PIB) e a inflação, que para o governo foi de 10,8% no ano passado e para institutos independentes de pesquisa ficou acima de 25%.

Os consumidores vem reclamando dos altos preços dos produtos de primeira necessidade. As críticas serviram de combustível para Cristina montar um script conhecido pelos argentinos – e também pelos brasileiros: o risco da hiperinflação.

Os supermercados argentinos, que incluem grandes redes internacionais como a francesa Carrefour e a americana Walmart, se comprometeram a congelar os preços dos produtos a pedido da Secretaria de Comércio Interior. O ministro Guillermo Moreno ameaçou quem não cumprisse a ordem com punições. O acordo entre o governo e a associação dos supermercados do país vai até 1° de abril. Juan Vasco Martinez, presidente da Associação de Supermercados Unidos, confirmou que “todos os produtos dos supermercados” continuarão com os mesmos preços de 1º de fevereiro.

Segundo o jornal Clarín, o governo erra mais uma vez ao tentar frear a inflação com o congelamento de preços que começou nessa segunda-feira. O jornal é o principal opositor e alvo de constantes ataques do governo Kirchner. O periódico informa que o acordo pode ser ampliado para os fabricantes. Mas, por enquanto, a medida só comprometeu as grandes redes varejistas.

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