CPI PETROBRAS: PSDB E DEM PREPARAM PACOTE DE MEDIDAS JUDICIAIS
Dois dias depois de vir a público um vídeo no qual funcionários da Petrobras teriam discutido a “cola” das perguntas que senadores da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) fariam a dirigentes e ex-dirigentes da petroleira, o PSDB e o Democratas anunciaram um pacote de medidas judiciais contra os envolvidos. Além disso, eles apresentarão pedidos de investigação contra os senadores petistas envolvidos no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar.
O caso foi revelado na edição desta semana da revista Veja. A publicação apresentou uma gravação na qual o chefe do escritório da Petrobras em Brasília, José Eduardo Sobral Barrocas, o chefe do departamento jurídico do mesmo escritório, Leonan Calderaro Filho, e o advogado da empresa Bruno Ferreira debatem o envio de um “gabarito” dos questionamentos aos diretores da companhia que prestaram depoimentos à CPI, entre eles a presidente Maria das Graças Foster, o ex-diretor da área internacional Néstor Cerveró e o ex-presidente Sérgio Gabrielli.
A filmagem abriu uma crise no Congresso e a oposição acusa parlamentares e o Palácio do Planalto de fraudarem a investigação. Os citados negam a combinação de depoimentos. “Foi feito um grande entendimento para blindar a presidente Dilma.
O vídeo deixa claro que houve um ‘combinemos’ para desmoralizar o Congresso e a CPI”, afirmou o senador José Agripino Maria (DEM-RN), coordenador-geral da campanha do tucano Aécio Neves à Presidência da República.
“O governo tem tanto pavor da verdade que nem uma CPI chapa branca é suficiente para eles. Foi preciso uma CPI com fraude”, emendou o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), candidato a vice na chapa encabeçada por Aécio.
O PSDB e o DEM decidiram ingressar com representações contra os senadores José Pimentel (PT-CE), que é relator da CPI da Petrobras no Senado, e Delcídio Amaral (PT-MS), apontado como o responsável por vazar perguntas a Cerveró, na Procuradoria-Geral da República (PGR).
O PSDB e o DEM também entrarão contra os dois parlamentares no Conselho de Ética do Senado por quebra de decoro parlamentar.