Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o prefeito de Salvador e presidente nacional do DEM, ACM Neto, diz que seu projeto mais provável após encerrar seu mandato é ser governador da Bahia, mas ele não descarta outra opções. “Existem muitas pessoas de dentro e fora que desejariam que eu fosse candidato a presidente. Nao sei se é o momento, e não existe candidatura a presidente séria de si próprio, ainda mais num quadro complicado como a gente vive hoje”.

Ele falou sobre a projeção do DEM nessas eleições, que teve um crescimento de 74% no número de prefeitos eleitos em relação a 2016, levando quatro capitais, incluindo Salvador, com Bruno Reis. Neto atribui esse resultado a um trabalho de planejamento iniciado em 2018, focando no crescimento de baixo para cima. Aliado a isso, o democrata avalia o bom momento do partido por se colocar no centro das decisões nacionais, com Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, respectivamente, nas presidências da Câmara dos Deputados e do Senado.

“Mas era preciso transformar esse capital político em capital eleitoral. Porque a farinha, no caso do político, é o voto na urna. E o Democratas precisava dar essa resposta. O resultado está aí: o partido saiu muito maior do que entrou. Tivemos aumento de 55% de candidatos. Trouxemos novos quadros e fizemos um trabalho para focar as capitais. Esperamos consolidar e coroar isso em 2022”.

Neto evita cravar nomes para 2022 e não confirma que o DEM terá um candidato próprio à presidência, mas confirma que o objetivo é tornar o partido o mais relevante das próximas eleições.

Ele avalia que as eleições municipais mostraram que o eleitor deu preferência a pessoas que transmitiram capacidade de gestão. “Acabou a história do novidadeiro, dos blogueirinhos, dos famosos ou do discurso da antipolítica. A tal da nova política ficou velha muito rápido”, disse.

Para o democrata, o eleitor está mais consciente de que não deve haver espaço para radicalizações e frisou: “Não posso te dizer quem será o meu candidato a presidente da República, mas uma coisa eu asseguro: nós não vamos embarcar em nenhuma opção dos extremos”.